terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carnaval Melga… - Domingo

E não é um domingo qualquer. O último domingo antes da Quaresma é chamado Domingo Gordo. Há que comer e beber com fartura antes de começar a Quaresma e o jejum.


Por falar em jejum, vamos a uma… caminhada, daquelas para ficar de barriga cheia!



“O Percurso Lamas de Mouro - Peneda tem início na Porta de Lamas de Mouro, a porta do Parque Nacional da Peneda-Gerês no concelho de Melgaço, e termina no Santuário da Senhora da Peneda, no lugar da Peneda, freguesia da Gavieira. É um percurso com cerca de 11,5 quilómetros que se desenvolve ao longo do vale do Rio Mouro e na linha de cumeada que separa a freguesia de Castro Laboreiro da freguesia da Gavieira, já no concelho de Arcos de Valdevez.

É um percurso com um grau de dificuldade médio a elevado, sendo recomendado para pessoas com alguma preparação física e experiência. Não é garantida a oportunidade de abastecimento de água ao longo do percurso (não tem bicas de água durante todo o ano).”

In Percursos Pedestres PNPG


Este percurso tem muitos pontos de interesse natural, cultural, geológico e paisagístico, destacando, logo no início, a mata de pinheiro-silvestre.



“O pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris) é a única espécie de pinheiro autóctone (natural) do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), permanecendo actualmente apenas alguns pequenos núcleos reliquiais na parte oriental da Serra do Gerês. Todos os outros pinhais (de pinheiro-silvestre ou de outras espécies) são plantações ou originários de plantações.

O pinheiro-silvestre, ao contrário do pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e pinheiro-manso (Pinus pinea), está adaptado a climas frios, por isso encontra-se plantado no PNPG a maiores altitudes, geralmente acima dos 700m, como esta onde nos encontramos. Nesta zona existem outras árvores resinosas exóticas (espécies originárias de outros países), plantadas pelos Serviços Florestais antes da constituição do Parque Nacional.”


Depois há as formas zoomórficas, como o lagarto, tartaruga e tudo o que a imaginação conseguir identificar!



“Olhando em frente, há uma forma que se destaca no cimo de um afloramento granítico – um lagarto. Esta figura é considerada um ex-libris da Serra da Peneda e, à semelhança de outras que se encontram muito próximas deste local (tartaruga), resulta da alteração e erosão da rocha granítica.

A toponímia Portela do Lagarto deve-se à localização desta forma granítica junto a uma portela (local de passagem natural que permite a fácil ligação das duas vertente de uma serra).

Do seu lado direito destaca-se um afloramento granítico de grande dimensão, com uma forma acastelada e abrupta, que se denomina de Castle Koppie ou borrageiro.”


As coisas que a gente aprende…


Mais abaixo vamos encontrar as Alminhas:



“As alminhas, património artístico e religioso, são elementos de culto aos mortos, espalhados por todo o país, embora em maior número na zona Norte. Apresentam datação e estilos muito variados, encontrando-se, normalmente, perto de caminhos ou estradas, de cursos de água e encruzilhadas e, menos frequentemente, em nichos, nos muros de casas.”


Durante o percurso iremos encontrar uma grande variedade de plantas e animais, entre os quais um tomilhal já cimo do monte.



“Nas clareiras dos urzais e caminhos com solos arenosos e/ou esqueléticos (pouco profundos) podemos encontrar tomilhais galaico-portugueses. Este habitat é dominado pelo tormentelo (Thymus caespititius), linho-de-raposa (Agrostis truncatula) e arroz-dos-telhados (Sedum sp. pl.).

O tormentelo é uma espécie de tomilho, ou seja, é uma planta aromática, por vezes utilizada como condimento. Há cerca de trinta anos, esta planta era também utilizada para perfumar o cabelo, aquando do banho.”


Claro que não aconselho a apanhar o tomilho, mas banho é coisa que todos vamos precisar quando chegarmos ao Santuário da Peneda!



“O Santuário é uma obra dos séculos XVIII e XIX, inspirada no santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga. Apresenta um templo grande, com duas torres sineiras, de linhas sóbrias e robustas, cuja fachada rasgada por várias aberturas, num estilo ecléctico novecentista mas de influência barroca, abre para um átrio que dá acesso a uma escadaria em lancetes, com balaustrada ornamentada por estátuas e pináculos. Um pouco mais abaixo, o terreiro maior é circundado por alguns edifícios de recepção aos romeiros e pelas antigas casas do Consistório. Estende-se este espaço até um pequeno pórtico aberto, onde se identificam as estátuas dos quatro Evangelistas e que conduz a uma série de patamares e sucessivos lanços de escadaria ampla que acompanha as vinte capelas da Via Sacra. Como corolário final deste conjunto, eleva-se um pórtico barroco, encimado pelas armas reais e em cuja face voltada ao santuário está, postada num nicho, a imagem da Senhora da Encarnação.”


E pronto, há que ir buscar os carros e voltar para a Pousada a pensar no jantar de Domingo Gordo!!!

Toca a andar!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carnaval Melga... - Sábado

É o que está no site!


No Sábado vamos percorrer o “Trilho entre mosteiros”, começando pelo Mosteiro de Ganfei.



Trata-se de um Mosteiro beneditino, construído no local onde existiu uma igreja românica destruída pelo árabe Almançor. Segundo parece trata-se do mesmo Almanzor que deu o nome ao pico em Gredos!

O nome provém de Almançor (Al-Mansur - em árabe significa "o vitorioso"), líder militar e religioso durante o Califado de Córdova. Almançor era um general e estadista na Espanha muçulmana durante o final do século X. Muhammad bin Abi Amir era o seu nome real: os mouros deram-lhe o cognome de "vitorioso" devido às vitórias que obteve durante a Reconquista contra os cristãos. Nas suas campanhas, Almançor passou diversas vezes pela zona montanhosa e diz-se que ficou cativado pela sua beleza.”

In “Wikipédia”


A reconstrução foi levada a cabo por um cavaleiro francês de nome Ganfried ou Ganfrei dando o nome ao mosteiro e à terra.



No cimo do monte iremos encontrar o Mosteiro de Sanfins que foi também um local estratégico de defesa contra os espanhóis, ainda conservando uns restos da muralha.


Mais acima encontramos a Ermida da Srª do Loreto.



Sabiam que a Srª do Loreto é a padroeira da aviação? Talvez soubessem, mas aposto que não sabem porquê.

A História:

O título Nossa Senhora de Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde viveu a Santíssima Virgem. Por um misterioso prodígio esta casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati.

Uma explicação plausível seria a seguinte: a fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor ordenou a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de Dezembro de 1294.

Por causa dos constantes assaltos que sofriam os peregrinos, a Casa mudou-se para o alto de uma colina e, como aí houve discórdias entre os irmãos proprietários da terra, esta fixou-se, finalmente, no meio da estrada que liga Recanati ao litoral, onde permanece intacta até hoje, protegida por uma imensa igreja construída ao seu redor.

Buscando a verdade dos factos, autoridades governamentais, eclesiásticas e técnicas da época, nada constataram de fictício ao analisarem as fundações que permaneceram em Nazaré ou a própria casa em Tersatz, apoiada apenas em suas paredes, desafiando explicações técnicas e científicas.

O inexplicável fenómeno da fé, do milagre da "Casa Voadora", sensibilizou os profissionais aviadores que se identificaram com a missão cumprida pelos anjos que transportaram, pelos ares, tão preciosa carga, adoptando Nossa Senhora de Loreto como sua Protectora.

In “Últimas e derradeiras graças”




O regresso não vai ser a voar, mas pelo menos é a descer, com a parte final a percorrer a Ecopista “Rio Minho” que liga Valença a Monção aproveitando a antiga linha de caminho de ferro.


Como já alguém disse, a vida são dois dias e o Carnaval são três! Mas nos Domingueiros são quatro!!! (para quem pode...).

Toca a andar!


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Protesto!

Este Blog está inactivo à demasiado tempo!
Temos de dinamizar este espaço e dar voz aos Domingueiros anónimos que, com muito esforço (às vezes mesmo muito...) calcorreiam trilhos e caminhos por esse mundo fora (mais concretamente em Portugal e Espanha!).
E aproveito para expressar a minha revolta pelo que está a acontecer.
Foi divulgado recentemente uma compilação de fotos da última caminhada (ou melhor, da primeira... do ano!) que vem subverter o espírito que preside às actividades domingueiras.
Até agora tínhamos um conjunto de "nabos" que tiravam uma foto engraçada por cada milhão e que no final do ano se entretinha a escolher a melhorzinha e a fazer umas festinhas no ego de quem a tirou (como é habitual, a melhor foto ficava sempre em segundo!).
Mas agora com máquinas "sobresticadas" e fotoshop (e... pronto, reconheço... algum talento!) acabamos por tornar isto numa competição profissional.
Não sei se têm a noção do que isso significa, mas as máquinas não vão poder trabalhar mais em automático!!!
Se não acreditam em mim, vejam com os vossos olhos:
http://www.sendspace.com/file/x78t2h

PS: Parabéns ao fotógrafo :)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Concurso fotografico 2009

E as melhores fotos de 2009 foram:

- Para além das núvens, Picos - Cristina (52)


- Sem legenda, Gerês - Eduardo(30)


3º - Amplitude maxima, Picos - Camilo (28)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

E as melhores fotos de 2008 são:

"Intemporal", Ilha do Pico

Ana Luisa , com 60 pontos


"Berlengas das Gaivotas (As gaivotas foram treinadas pela Berta!)", Berlengas

Eduardo Barata, com 35 pontos



"Árido", Costa Vicentina (Carrapateira)

Sandra Nascimento, com 32 pontos



Obrigado a todos os que participaram tanto com fotos como com a votação.
E vamos todos aprender com quem sabe ganhar concursos, para tirar melhores fotos em 2009 :P

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Trilho do Ourigo, Parte 2 - Na Boca do Lobo!

Depois da desistência do ano passado, tínhamos de voltar a tentar fazer este trilho. Não nos ficamos assim às primeiras!!!
Até porque o percurso promete. São 21 Km pelas terras de Barroso, que mesmo compensados pelo pouco desnível prometem deixar umas marcas para os dias seguintes!


Embora não conste do folheto do trilho, um dos atractivos do percurso é o Fojo do Lobo de Avelar .
É um fojo de paredes convergentes. Duas paredes com cerca de dois metros de altura convergem para a armadilha.

A relação do homem com o lobo foi sempre marcada pela perseguição. Para combater o carnívoro todos os meios eram válidos e alguns implicavam grande engenho e dispêndio de energia. Os fojos do lobo são disso exemplo. Construídos no meio da serra, com paredes de pedra com dois metros de altura, implicavam a mobilização de toda a aldeia. Toneladas de pedra eram transportadas em carros de bois com um único fim - dizimar o lobo que lhes atacava os rebanhos.

Os fojos existem apenas no norte da Península Ibérica e são basicamente de dois tipos – de cabrita e de paredes convergentes. Nos primeiros, de forma circular, era colocada uma cabra que servia de engodo para atrair o lobo. Os de paredes convergentes, constituídos por duas paredes que convergem para um fosso, implicavam uma batida que envolvia toda a aldeia e, por vezes, as aldeias vizinhas. Os batedores conduziam o lobo para o fojo e este acabava por cair no fosso, previamente dissimulado com vegetação.

No início do século XX, com a vulgarização do uso do veneno e das armas de fogo, os fojos deixaram de ser usados e foram esquecidos. A acção do tempo, o vandalismo e a pilhagem de pedras contribuíram para a sua degradação. No final de 1999 foi criada a associação Fogiun Lupal, um grupo de trabalho ibérico com o objectivo de inventariar, caracterizar e conservar os fojos. Para Francisco Álvares, membro do Grupo Lobo e um dos mentores da associação, a conservação dos fojos é imperiosa. “ São testemunhos únicos da arquitectura rural que simbolizam a relação ancestral do homem com o lobo na Península Ibérica”

Em "www.ecotura.com"

Os lobos já não metem medo e o tempo promete ajudar, por isso toca a andar!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Incensos

Na descrição do trilho do Monte Brasil, vinha a passagem por uma mata de incensos, o que muito nos intrigou. Principalmente porque ao observar os ditos incensos não conseguimos fazer a sua associação com o incenso das igrejas. Nem no aspecto, nem no cheiro…


E há um motivo para isso. É que o incenso dos Açores é o:

“Pittosporum undulatum, conhecido pelo nome comum de pitósporo-ondulado, incenso ou faia-do-norte (Açores), é uma árvore que cresce até aos 15 m de altura (mesofanerófito), com folhas alongadas e onduladas nas margens (daí o epíteto específico undulatum), invasora em muitas regiões temperadas húmidas. É utilizado como abrigo, suportando bem as podas, e como ornamental já que as folhas lustrosas e perenes lhe dão uma particular beleza, a que se associa a flor de um odor agradável e perceptível a longa distância, embora apenas intenso durante a noite.

O Pittosporum undulatum é originário das áreas húmidas da costa oriental da Austrália, mas teve a sua área de implantação drasticamente expandida após a colonização europeia. É uma árvore de crescimento extremamente rápido, colonizando rapidamente áreas desflorestadas.”

Em “Wikipédia”

Enquanto o outro é o:

Olíbano, também conhecido como franquincenso, é uma resina aromática muito usada na perfumaria e fabricação de incensos. É obtido de árvores africanas e asiáticas do género Boswellia.

Seu nome franquincenso é provavelmente devido ao fato de ter sido reintroduzido na Europa pelos Francos, já olíbano é derivado do árabe al-lubán ("o leite"), em referência à seiva leitosa que sai ao golpear a árvore de olíbano.

O olíbano é usado generosamente em ritos religiosos. De acordo com o Evangelho de mateus 2:11, ouro, olíbano e mirra foram os três presentes dados a Jesus pelos Reis Magos que vinham do oriente.”

Em “Wikipédia”


Vejam só as coisas que a gente aprende!!!